sexta-feira, janeiro 27, 2006

As presenças na Comissão Municipal de Juventude

Quero hoje defender os que aqui costumo visar, mas entendo que as pessoas não devem ser atacadas injustamente.
Na passada terça feira reuniu a comissão municipal de Juventude, promovida pelo Pelouro da Juventude (que existe), onde, entre outros, estiveram membros da JS, JCP e JSD.
Ao contrario do que alguem afirmou no blogue dos laranjinhas, e a menos que a Ana Neves já não faça parte da JSD, essa juventude partidária também esteve presente.
Quanto à acusação do Afonso de que esta comissão não venha a servir para nada, e apesar deste pelouro estar entregue à CDU, quero convidar o caro conterrâneo a estar presente na semana da Juventude, numa organização do pelouro que esse vice líder juvenil afirma não existir...

O que é afinal a social democracia...


Após uma breve leitura do blog da JSD de Alenquer quero apenas esclarecer algumas pessoas que pelos vistos não sabem no que acreditam:
A Social Democracia é uma ideologia que surgiu em fins do século XIX e início do século XX por partidários do marxismo que acreditavam que a transição para uma sociedade socialista poderia ocorrer sem revoluções, mas por meio de uma evolução democrática. A ideologia social-democrata prega uma gradual reforma legislativa do sistema capitalista a fim de torná-lo mais igualitário, geralmente tendo em meta uma sociedade socialista.
A Social Democracia tem suas raízes na ideia de Karl Marx que seria possível, em certos países, estabelecer o comunismo ou socialismo por uma revolução pacífica e democrática. Essa ideia tambem foi avançada por Friedrich Engels e principalmente por Karl Kautsky.
A Internacional Socialista definiu a Social Democracia como forma ideal de democracia representativa, que pode solucionar os problemas encontrados numa democracia liberal, enfatizando os seguintes princípios para construir um estado de bem estar social:
Primeiro, a liberdade inclui não somente as liberdades individuais, entendendo-se por "liberdade" também o direito a não ser discriminado e de não ser submisso aos proprietários dos meios de produção e detentores de poder político abusivo.
Segundo, deve haver igualdade e justiça social, não somente perante a lei mas também em termos econômicos e sócio-culturais, o que permite oportunidades iguais para todos, incluindo aqueles que têm desigualdades físicas, sociais ou mentais.
Finalmente, é mister que haja solidariedade e que seja desenvolvido um senso de compaixão para vítimas da injustiça e desigualdade.

sábado, janeiro 07, 2006

ESCOLHER UM PRESIDENTE DA REPÚBLICA

As próximas eleições destinam-se a escolher um Presidente da República e não um Primeiro-Ministro.

No nosso sistema constitucional, o Presidente da República deve ser um moderador, um congregador, um árbitro, um regulador político, um provedor e uma referência permanente para os cidadãos, a Nação e o Estado.

As funções de um Presidente da República são eminentemente políticas e, por isso mesmo, as qualidades que se exigem dele são sobretudo, políticas.

Um Presidente da República deve ter experiência de poder e capacidade para unir e concertar, para projectar valores, para mobilizar e para gerar confiança.

Por todas estas razões, um candidato a Presidente da República te+m o dever de demonstrar que está nas melhores condições para exercer o cargo, por ter uma noção rigorosa das funções e uma história política que prova a capacidade para as desempenhar.

Para escolher um Presidente da República, a biografia política de um candidato também conta. E não há biografia sem História.

NÃO HÁ HOMENS PROVIDENCIAIS

A crise económica é um dos principais problemas do País. Para vencer a crise, é preciso crescer mais e melhor. Mas atingir esse objectivo não depende de um só homem, providencial e ambíguo. Muito menos de um perito em Finanças, com uma visão estreita e economicista, na chefia do Estado.

Depende, antes de mais, do Governo, da solidariedade institucional entre órgãos de soberania e, sobretudo, da vontade e empenho dos portugueses.

O Presidente da República tem de ser um político competente, sabedor e experiente. Não é, nem tem de ser um especialista.

Tem de garantir ? isso sim ? a fiscalização pública das políticas do Governo, estimulando a expressão das diferentes opiniões. Tem de defender os direitos de oposição. Tem de assegurar que há transparência nas decisões e na utilização dos recursos do país. São essas as funções essenciais de um Presidente da República.

EM POLÍTICA NINGUÉM TEM RAZÃO SOZINHO

O candidato da direita invoca permanentemente o seu passado e as suas realizações, reivindicando a exclusividade dos méritos. Mas omite sistematicamente os erros e omissões pelos quais é responsável, tal como os tabus em que se refugiou e os silêncios a que se remeteu. Isto é um claro sinal da sua arrogância, auto-suficiência e presunção.

E no entanto, foi o Governo do Bloco Central, chefiado por Mário Soares e constituído pelo PS e pelo PSD, que garantiu a adesão à C.E.E. (hoje União Europeia), que restabeleceu o equilíbrio das contas externas e recuperou a credibilidade internacional do País, transmitindo a melhor e mais rica herança que algum Governo alguma vez recebeu, em Portugal, no século XX.

O candidato da direita também esquece propositadamente que, quando foi primeiro-ministro, beneficiou de condições políticas únicas, de estabilidade e equilíbrio institucionais, que lhe foram proporcionadas pelo então Presidente da República Mário Soares.

EM POLÍTICA É PRECISO SABER UNIR

O passado político intermitente do candidato da direita demonstra que ele não é capaz de congregar equipas, de preparar sucessores e de gerar continuidade. Tal como um eucalipto, seca tudo à sua volta. Secou o seu próprio partido. Só sabe existir sozinho. Nunca governou em coligação e saiu de cena quando pressentiu que não conseguiria obter nova maioria absoluta. Desfez o tabu e fugiu.

Em contrapartida, Mário Soares chefiou um Governo com apoio minoritário e dois Governos de coligação, uma com o CDS/PP e outra com o PPD/PSD. Quando foi eleito Presidente da República pela primeira vez, o País estava praticamente dividido ao meio e ele soube congregá-lo, mobilizá-lo e uni-lo. Cinco anos depois, foi reeleito por mais de 70 por cento dos votos, designadamente com o apoio do próprio partido chefiado pelo então primeiro-ministro e hoje candidato da direita.

Caso para perguntar: Quem está em melhores condições para unir, mobilizar, moderar e arbitrar? Quem esta em melhores condições para voltar a ser de facto, o Presidente de todos os Portugueses?

EM POLÍTICA É PRECISO SER CLARO E FRONTAL

O candidato da direita e frequentemente ambíguo e dissimulado. Para além dos silêncios e tabus que todos lhe conhecemos, nem sempre diz o que pensa e, as vezes, não pensa nas consequências daquilo que diz. Afirma que a sua candidatura é suprapartidaria e esconde os dirigentes do PPD/PSD e do CDS/PP que o apoiam, como se a candidatura não estivesse a ser preparada já há muito tempo, em articulação e com a colaboração do seu partido. Evita posições claras e frontais sobre questões difíceis, como a guerra do Iraque, o Orçamento de Estado, as políticas do Governo e as reivindicações corporativas. Promete resolver tudo, mas não diz como, nem porquê, nem com que poderes ? que o Presidente da República não tem, porque não estão inscritos na Constituição.

Ora, o Presidente da República deve ser sobretudo, um factor de união, de moderação, de estabilidade e de equilíbrio, situando-se acima dos partidos políticos e das instituições da sociedade civil, garantindo a normal e saudável concorrência entre eles.

A história, a prática política e as provas concretas que já deu, valorizam Mário Soares para o desempenho destas funções. Tem uma experiência ímpar, esteve sempre presente nos momentos mais difíceis, nunca se eximiu a dar as suas opiniões, nunca virou a cara às dificuldades e desafios, foi capaz de governar o País em tempos de crise económica e política muito complexos, foi capaz de unir, de congregar, de mobilizar e de constituir equipas. Soube sempre concentrar-se no essencial ? e essa é, seguramente, uma das mais importantes qualidades de um dirigente político. Mário Soares tem, por isso mesmo, todas as condições indispensáveis para ajudar a devolver a confiança aos Portugueses e para ajudar a reforçar a confiança em Portugal.